domingo, 13 de fevereiro de 2011

Difusão da Luz

Deficiências Visuais

Miopia - A palavra "miopia" vem do grego "olho fechado", porque as pessoas com esta condição, freqüentemente apertam os olhos para ver melhor à distância. Sintomas: visão desfocada, dificuldade para focalizar à distância ou para ver objetos nitidamente Correção: lente côncava ou negativa. No olho míope em repouso os raios paralelos de objetos distantes são focalizados adiante da retina. A potência do sistema óptico é excessiva para o comprimento do olho e os objetos distantes perdem a nitidez. Por outro lado, a visão de objetos próximos é nítida, pois sua imagem forma-se na retina. Sintomas: Os sintomas habituais da miopia consistem na visão indistinta para longe (p. ex.: sinalização rodoviária, espetáculos esportivos, quadro negro, cinema e teatro). É freqüente o míope cerrar os olhos quando mira à distância, o que lhe traz certa melhora da acuidade visual. Correção Faz-se com óculos ou lentes de contato. Utilizam-se lentes negativas (também chamadas lentes menos ou côncavas), as quais reduzem a potência do sistema óptico. Tais lentes produzem divergência dos raios paralelos antes que estes penetrem no olho. O olho míope corrigido vê nitidamente à distância quando em repouso e serve-se de acomodação natural para a visão de perto.



Hipermetropia - Significado: “Vista longa” aquele que vê bem à distância. Sintomas: Visão desfocada, dificuldade para ver com nitidez objetos próximos. Correção: Lente convexa ou positiva. No olho hipermétrope com acomodação (e cristalino), quando relaxado, a focalização dá-se atrás da retina. Em muitos casos de hipermetropia a contração do músculo ciliar é suficiente à acomodação para visão de longe. Para a visão de objetos próximos, contudo, o esforço excessivo imposto ao músculo pode causar cansaço e desconforto ocular. Em alguns casos a capacidade de acomodar é insuficiente e a imagem fica indistinta. Sintomas: Incluem dor e cansaço ocular, dificuldades de concentração, de leitura e de executar tarefas que necessitem visão de perto. Por vezes a visão fica indistinta, principalmente para objetos próximos.Correção: A hipermetropia pode ser corrigida com óculos ou lentes de contato. Utilizam-se lentes positivas (também chamadas lentes mais ou convexas) a fim de aumentar a potência do sistema óptico de forma que os raios paralelos de objetos distantes comecem a convergir antes de penetrar no olho para serem focalizados na retina com o músculo ciliar relaxado. Para a visão de perto o olho utiliza a acomodação normal.



Astigmatismo - Sintomas: visão desfocada, dificuldade para ver objetos próximos e distantes.Correção: lentes cilíndricas positivas ou negativas. Pode ocorrer isoladamente ou associado à miopia ou hipermetropia. O olho astigmata não consegue focalizar nitidamente os feixes de raios paralelos. A focalização na retina é elíptica ou linear, resultando em visão indistinta. Isto ocorre porque a potência é maior numa direção (por exemplo, na vertical ou na horizontal) e menor na oposta. Chama-se tórica à superfície cuja curvatura é mais forte em uma direção do que na outra (exemplos: barris de vinho e interior de câmara de ar de pneus). O astigmatismo deve-se em geral à córnea tórica, cuja curvatura mais forte costuma ser a vertical. Grande número de olhos apresenta algum astigmatismo, mas a dioptria geralmente é fraca e por isso pouco perturba a visão. Sintomas: A visão indistinta pode ser sintoma de astigmatismo. Podem também ocorrer cansaço e dor ocular, dificuldades de concentração e incapacidade de leitura prolongada. É frequente que as linhas em uma só direção (exemplo: na horizontal) pareçam mais nítidas.Correção: Faz-se com óculos (às vezes com lentes de contato). As lentes de óculos para correção de astigmatismo deverão ter superfície tórica.

Tipos de Astigmatismo:

Astigmatismo miópico simples - É a impossibilidade de se ver nitidamente em apenas um meridiano sendo a visão normal no meridiano oposto. O astigmatismo impede a visão nítida para longe e perto, mas as pessoas sentem mais falta de lentes corretoras dirigindo carro à noite, em cinema, televisão etc. Geralmente o astigmatismo é provocado pela curva vertical da córnea ser mais acentuada do que a curva horizontal. Isto faz com que as imagens sejam focalizadas antes da retina, apenas em um plano vertical sendo que no plano horizontal a focalização é na retina. Isto faz com que sejam necessárias correções com lentes negativas apenas no meridiano vertical e no horizontal seja a lente plana. EX: 0.00 - 1.00 180° (a favor da regra) ou 90°(contra regra) ou em qualquer eixo.

 

Astigmatismo hipermetrópico simples - É uma deficiência de visão que também ocorre em um dos meridianos. A contrário do astigmatismo miópico, a imagem, num plano, se focaliza atrás da retina e no outro se focaliza exatamente na retina. Ele é corrigido com lente plano-cilíndrica positiva. EX: 0.00 +1.00 90° (+1.00 – 100 180º) 



Astigmatismo misto - Quando numa direção as imagens são focalizadas dentro do olho, antes da retina e na direção oposta são focalizadas atrás da retina está caracterizado o astigmatismo misto. Ele é misto porque precisa de lentes corretoras que tenha um meridiano positivo e outro oposto, negativo, com cilíndrico sempre maior que o esférico. EX: +2.00 - 4.00 180°



Astigmatismo hipermetrópico composto - É corrigida com lente cujos meridianos principais são positivos, porém com valores diferentes, focalização desigual, porém antes da retina. EX:+1.00+2.00 90° . Focalização se da atrás da retina, porem em planos diferentes.



Astigmatismo miópico composto - É corrigida com lentes cujos meridianos principais são negativos, porém com valores diferentes. A Imagem forma antes da retina em ângulos diferentes. EX: -3.00-1.00 180°



Presbiopia - É um estado ligado à idade, no qual a visão de perto piora. A presbiopia é um processo natural, cujo resultado é a perda gradual da capacidade de acomodação. Com o avançar dos anos o cristalino vai endurecendo e sua forma deixa-se modificar com menos facilidade. As alterações causadas pela presbiopia costumam manifestar-se por volta dos 40 anos, completando-se pelos 70. Sintomas da Presbiopia: Os primeiros sinais de presbiopia são dificuldades na visão de perto, como por exemplo, na leitura. Os textos impressos aparecem indistintos, principalmente sob má iluminação, podendo ocorrer dor de cabeça à leitura. O presbita começa a afastar o texto dos olhos e por vezes diz que seus braços não são suficientemente compridos.
Correção do Presbita Emétrope:
Quando o presbita é emétrope sua visão de longe é perfeita. Já para visão de perto haverá necessidade de óculos de lentes positivas para suprir a acomodação tornada insuficiente. À proporção que a idade avança e a acomodação vai reduzindo-se, o presbita necessita de óculos para perto cada vez mais fortes. Os óculos de perto têm a desvantagem de desfocar objetos distantes, pois sua potência focaliza-os adiante da retina. Para o presbita emétrope são apropriados os óculos em armação do tipo meia lua ou similar.
Correção do Presbita Hipermétrope
Muitos hipermétropes jovens não sentem necessidade de óculos, pois se valem da própria acomodação para visão nítida. Como isto solicita parte da acomodação, estas pessoas vão necessitar de correção para presbiopia mais cedo do que o habitual, acabando ainda por precisar também de óculos para longe. No hipermétrope que já usa óculos, os sintomas de presbiopia manifestam-se na idade habitual. Como já usam lentes positivas, vão precisar de outras mais fortes para perto. O resultado freqüente é a necessidade de dois pares de óculos, para perto e longe. Uma alternativa aos dois pares são as lentes bifocais, que têm dois graus na mesma lente, ou as lentes progressivas (multifocais), que têm várias dioptrias na mesma lente.
Correção do Presbita Míope
O míope costuma usar óculos para longe e por isso irá precisar de correção para presbiopia na idade habitual. Muitos míopes preferem tirar os óculos ao olhar para perto, pois com o aumento da presbiopia é mais difícil focalizar de perto com eles. Podendo também ser corrigido com lentes multifocais e bifocais.



Ametropia & Emetropia


  • Amétrope - O prefixo “A” é sinal de negatividade, assim como anormal. Do mesmo modo o prefixo “A” de Ametropia, representa ausência de visão normal. A visão não é normal quando o encontro focal dos raios de luz que penetram o olho, não ocorre exatamente sobre a fóvea (mácula) central. Ametropia é a designação das deficiências da visão, por causas não patológicas. Estas deficiências da visão são compensadas com lentes dioptricamente graduadas, diferentemente das deficiências por causas patológicas, que muitas vezes nada tem a ver com as verdadeiras Ametropias. Ametropia é a designação que se dá as deficiências da visão, assim como Miopia, Hipermetropia, astigmatismo e presbiopia e suas combinações.
  • Emétrope - É a normalidade da visão. Nas pessoas Emétropes (visão normal), quando o encontro focal dos raios paralelos que penetram na córnea do olho, ocorre exatamente na Fóvea central, localizada no fundo da retina dentro da mácula. Nesses casos a visão é considerada normal, ou seja, emétrope. Emetropia é o estado normal do olho, no concerne à refração. Quando o encontro focal dos raios de luz que penetram o olho, após sofrerem a convergência dos sistemas ópticos do olho ocorrem somente na retina, sem o auxilio de lentes compensadoras, esta caracterizado uma ametropia.
  • Deficiências visuais - O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira). Segundo a OMS (Bangkok, 1992), o indivíduo com baixa visão ou visão subnormal é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais, mesmo após tratamento e/ ou correção óptica convencional, e uma acuidade visual menor que 6/ 18 à percepção de luz, ou um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ ou execução de uma tarefa. Os tipos de deficiência da visão são divididos em 3 grupos: 
  • Cegos: têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisam aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam relacionados com o uso da visão. 
  • Portadores de Visão Parcial: Têm limitações da visão à distância, mas são capazes de ver objetos e materiais quando estão a poucos centímetros ou no máximo a meio metro de distância. 
  • Portadores de Visão Reduzida: São considerados com visão reduzida indivíduos que podem ter seu problema corrigido por cirurgias ou pela utilização de lentes (míopes, Hipermetropes, astigmatas e présbitas).

Estrutura Ocular



  • Córnea - A córnea é uma estrutura anesférica e transparente que juntamente com a esclera compõe a túnica fibrosa do olho. Algumas características desta estrutura, como ser não-pigmentada, avascular, ter epitélio não queratinizado, conter fibras nervosas amielínicas e forma convexa permitem-na desempenhar funções ópticas importantes. Além disso, as suas cinco camadas, epitélio, camada de Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio, com suas características morfológicas próprias, confere estrutura e proteção ao olho, graças à sua resistência mecânica alta. Cada uma das camadas da córnea parece ter características mecânicas próprias, conferidas pelas junções intercelulares e complexos de adesão, como no epitélio, ou elasticidade pequena, como a da camada de Bowman, o que faz com que a córnea anterior se deforme proporcionalmente mais intensamente nos casos de edema de córnea. O estroma corresponde a 90% da espessura corneal, sendo composto por colágeno produzido pelos ceratócitos, células que também produzem proteoglicanos e glicoproteínas da matriz extracelular. A membrana de Descemet é bastante elástica e o endotélio corneano é pouco resistente, formado por uma única camada de células.
  • Humor Aquoso -O humor aquoso é o líquido incolor, constituído por água (98%) e sais dissolvidos (2%) - predominantemente cloreto de sódio - que preenche as câmaras oculares (cavidade do olho, entre a córnea e o cristalino). Ele é produzido incessantemente, com valor médio de 3 ml por dia, no processo ciliar, uma região recoberta por uma camada de células epiteliais, que transportam ativamente o humor aquoso desses processos ciliares para a parte posterior da córnea e à parte anterior da íris. Para manter a pressão do globo ocular constante, é drenado da região trabecular para o um vaso chamado "canal de schlemm's", que circunda todo o olho, na qual está ligado à veia episcleral pelo arqueduto venoso.
  • Íris -A íris é a parte colorida do olho. Muito rica em filamentos nervosos, a íris é fabricada com os mesmos tecidos que o cérebro e formada nos primeiros dias de vida do embrião. A cor da íris é determinada pela cor do tecido conjuntivo e das células de pigmento. Menos pigmentação deixa os olhos azuis, mais pigmentação deixa os olhos marrons. A íris é um diafragma ajustável ao redor de uma abertura chamada pupila. A íris possui dois músculos: o músculo dilatador torna a íris menor e, conseqüentemente, a pupila fica maior para permitir que mais luz entre no olho (midríase). Já o músculo esfíncter deixa à íris maior e a pupila menor, permitindo que menos luz entre no olho (miose). O tamanho da pupila pode mudar de 2 milímetros para 8 milímetros. Isso significa que ao alterar o tamanho da pupila, o olho pode mudar a quantidade de luz que entra nele em até 30 vezes. Muitas doenças podem ser identificadas através da íris esta ciência chama-se Iridologia.
  • Pupila - A Pupila (termo oriundo do latim, pupilla - menininha), ou Menina dos olhos, é a parte do olho, como um orifício de diâmetro regulável, que está situada entre a córnea e o cristalino, e no centro da íris, responsável pela passagem da luz do meio exterior até os órgãos sensoriais da retina. Localiza-se na parte média do olho, ou úvea e tem por função regular a quantidade de luz que passa para a retina. Por ser um orifício, não tem cor, mas sua aparência é preta, pois não há iluminação na parte interna do olho.
  • Cristalino - O cristalino é a lente dos olhos. É um citosistema altamente organizado que se localiza entre a íris e o humor vítreo. É constituído por células organizadas longitudinalmente, como uma casca de cebola, que perdem as suas organelas durante a formação, assumindo desta maneira sua característica de ser transparente. Tem de 7 a 9 mm de comprimento no seu maior eixo e 2 a 4 mm de espessura, com formato parecido com uma lentilha. O cristalino cresce continuamente durante a vida do indivíduo.
  • Função: O cristalino funciona como uma lente, participando dos meios refrativos do olho, sendo capaz de aumentar a sua dioptria, para focalização das imagens de perto (acomodação). Alterações em sua estrutura e tamanho perto dos quarenta anos de idade levam a dificuldades para enxergar de perto (presbiopia), situação que pode ser corrigida com uso de óculos. Envelhecimento: com o envelhecimento, o cristalino pode perder sua transparência, causando borramento da visão. É a chamada catarata, cujo tratamento consiste na sua remoção cirúrgica e na colocação de uma lente artificial em seu lugar.
  • Humor Vítreo - O humor vítreo é a substância gelatinosa e viscosa, formada por uma substância amorfa semilíquida, fibras e células. Faz parte do corpo vítreo do olho.
  • Conjuntiva - A conjuntiva ou túnica conjuntiva é uma membrana mucosa presente nos olhos dos vertebrados que reveste a parte interna da pálpebra e a superfície exposta da esclera (o branco do olho), revestindo igualmente a parte posterior da pálpebra que se prolonga para trás para recobrir a esclera. A conjuntiva ajuda a proteger o olho de corpos estranhos e infecções.
  • Retina - A Retina é uma parte do olho responsável pela formação de imagens, ou seja, pelo sentido da visão. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico. 
  • Organização - Em cada retina há cerca de 100 milhões de foto-receptores (cones e bastonetes) que libertam moléculas neurotransmissoras a uma taxa que é máxima na escuridão e diminui de um modo proporcional (logarítmico), com o aumento da intensidade luminosa. Esse sinal é transmitido depois à cadeia de células bipolares e células ganglionares. Existem cerca de 1 milhão de células ganglionares e são os seus axônios que constituem o nervo óptico. Há, portanto, cerca de 100 fotorreceptores por cada célula ganglionar; no entanto, cada célula ganglionar recebe sinais que provêm de um «campo receptivo» na retina, aproximadamente circular, que abrange milhares de fotorreceptores. O sistema de fotorreceptores responde a uma alta gama dinâmica - com variações de iluminação de 1 para 1 milhão. Os bastonetes são apenas sensíveis a baixos níveis de iluminação, mas os cones, que são sensíveis a altos níveis de iluminação, respondem dentro de uma gama de intensidades que varia com a iluminação média da cena observada. É isso que nos faz sentir ofuscado quando a intensidade luminosa aumenta de repente. As células bipolares têm uma gama dinâmica muito mais baixa - só precisam responder a um sinal proporcional à razão entre a intensidade local e a iluminação de fundo. Deste mecanismo sensorial resulta um efeito de adaptação enorme. Como as células horizontais têm uma resposta relativamente lenta, quando um fotorreceptor detecta um objeto em movimento, elas ainda têm informação sobre a situação anterior; e isso faz com que o sinal de saída das células bipolares, que passa depois através da camada das células amácrinas para as células ganglionares, contenha informação útil para a detecção de movimento. Persistência da visão, persistência retiniana ou retenção retiniana designa o fenômeno ou a ilusão provocada quando um objeto visto pelo olho humano persiste na retina por uma fração de segundo após a sua percepção. Assim, imagens projetadas a um ritmo superior a 16 por segundo, associam-se na retina sem interrupção. Segundo essa teoria, ao captar uma imagem, o olho humano levaria uma fração de tempo para "esquecê-la". Assim, quando os fotogramas de um filme de cinema são projetados na tela, o olho misturaria os fotogramas anteriores com os seguintes, provocando a ilusão de movimento: um objeto colocado à esquerda num fotograma, aparecendo à direita no fotograma seguinte, cria a ilusão de que o objeto se desloca da esquerda para a direita. Estudos mais recentes comprovam que a visão é mais complexa e que essa explicação não é inteiramente correta. Sabe-se hoje que a ilusão de óptica provocada pela exibição de imagens em seqüência se divide entre o movimento beta e o movimento phi. Avanços nas áreas da fisiologia e neurologia procuraram demonstrar já nos anos 70 que a persistência da visão seria um mito. Hoje ainda o conceito é usado, especialmente por teóricos do cinema. Pode defender-se que de fato o fenômeno existe, visto que a percepção é todo um processo que envolve não só o órgão perceptor como também o cérebro, que interpreta essa percepção e subjetivamente a retém: a retina é um elemento indissociável do cérebro. Os filmes ou seqüências de imagens em vídeo mostram o movimento mais suave e menos saltitante. Um filme de celulóide é impressionado a 24 fotogramas por segundo. Hoje o Vídeo digital (ou DV) é gravado a 25 (Europa) ou 29.97 q/s (cerca de 30 frames por segundo - EUA). O fenômeno da persistência retiniana foi pela primeira vez contrariada pela teoria da Gestalt, que o interpreta como um trabalho do cérebro, que associa imagens distintas, podendo criar assim a ilusão do movimento (movimento beta).
  • Mácula - A mácula ou macula lútea (do latim macula, "ponto" + lútea, "amarelo") é um ponto ovalado de cor amarela junto ao centro da retina do olho humano. Tem um diâmetro de cerca 1,5 mm. Do ponto de vista histológico, tem duas ou mais camadas de células ganglionares. É na mácula que se encontra a maior densidade de células cone do olho, responsáveis pela visão de cores. Essa alta densidade de cones faz com que a mácula seja o ponto do olho onde enxergamos com a maior clareza e definição. Porém, a grande quantidade de cones traz como conseqüência uma menor densidade de bastonetes. À noite, quando há pouca luz, os cones não conseguem ser estimulados com tanta eficácia, sendo nossa visão noturna fruto quase exclusivo da ação dos bastonetes. Ao olharmos diretamente para uma estrela, ela é projetada na mácula, onde há poucos bastonetes. Portanto, é freqüentemente mais fácil enxergar uma estrela olhando um pouco ao lado de sua direção do que diretamente nela.
  • Cones - São as células do olho humano que tem a capacidade de reconhecer as cores, segundo a teoria tricromática (teoria de Young-Helmholtz). Já os bastonetes, outro tipo de célula do olho humano, tem a capacidade de reconhecer a luminosidade. Existem aproximadamente 6 milhões de cones em cada olho humano concentrados na região fóvea. Sendo estes os responsáveis pela percepção das cores, quando existe uma anomalia ou ausência de algum dos fotopigmentos nas terminações dos cones estamos na presença do daltonismo.
  • Bastonetes - São células da retina, que conseguem funcionar com níveis de luminosidade baixos. São basicamente responsáveis pela visão noturna (noturna). Têm este nome devido à sua forma alongada e cilíndrica. São também usados na visão periférica. Estas células estão concentradas mais externamente na retina e existem, na retina dos humanos, cerca de 100 milhões de bastonetes. Servem para quando uma pessoa vai a um ambiente mais escuro ele trabalhe de forma que fique mais perceptível as coisas e quando você vai para um lugar mais claro você veja de forma melhor. Estão localizadas na região fóvea. São 100 vezes mais sensíveis à luz que os Cones (célula), mas detectam apenas tons de cinza.
  • Coróide - É uma estrutura do olho que está situada entre a esclerótica e a retina e é intensamente pigmentada. Esses pigmentos absorvem a luz que chega à retina, evitando sua reflexão. Acha-se intensamente vascularizada e tem a função de nutrir a retina. Abastecem de nutrientes e oxigênio os tecidos oculares.
  • Esclera - Anteriormente denominada "esclerótica" é a túnica externa branca e fibrosa do globo ocular, popularmente chamada de "branco do olho". É opaca e contém fibras de colágeno e elastina. Nas crianças é mais fina e apresenta um pouco de pigmento sob ela, aparentando levemente azulada. Nos idosos, entretanto, o depósito de gordura na esclera faz com que ela aparente uma coloração levemente amarelada.
  • Nervo Óptico - O nervo óptico constitui, com o homólogo contralateral, o segundo (II) par de nervos cranianos. Tem função exclusivamente sensitiva. Transporta as sensações visuais do olho para o cérebro (penetrando no crânio pelo canal óptico), formando-se por convergência das células ganglionares ao nível da retina no olho.
  • Músculos Ciliares - Ajustam a forma do cristalino. Com o envelhecimento eles perdem sua elasticidade, dificultando a focagem dos objetos próximos e provocando presbiopia.
  • Músculos Extrínsecos - Conjunto de seis músculos responsáveis pelo movimento dos olhos. Trabalham em sincronismo, entre si, propiciando a movimentação simultânea dos olhos. Caso ocorra alguma alteração neste sincronismo teremos a deficiência ocular chamada estrabismo.

Historia das Lentes Oftalmicas

 
  • Um panorama sobre a origem e os progressos das lentes oftálmicas, passando por um imperador chinês dois mil anos antes de Cristo, pelos Fenícios até a criação da dioptria prismática, no final do século XIX.
  • O indício mais remoto de que se tem notícia sobre uma lente oftálmica é datada da era pagã. Em 2283 a.C., a fim de observar as estrelas, um imperador chinês usou lentes fabricadas em cristal de rocha, quartzo ou ametista para observar as estrelas.
  • Já antes do final do primeiro século da era cristã, os fenícios, inspirados pêlos chineses, iniciaram a arte da fabricação do vidro, descobrindo que a mistura de areia ao salitre, fundida pelo calor do sol, resultava em vidro bruto. Durante as escavações de Pompéia, foram encontrados alguns vidros convexos, porém a distância focal dessas lentes era tão pequena que elas não poderiam ser usadas diante dos olhos.
  • Até o século XIII, pela ausência de registros, supõe-se que a arte de fabricação do vidro tenha sido deixada de lado. Mas foi nesse século que fervilharam novos fatos. Dados históricos indicam que, por volta dessa época, o vidro foi conhecido pôr chineses e europeus. Nessa época, na China, os idosos usavam lentes para distinguir pequenas figuras. Seus óculos eram bem diferentes do que aqueles usados pêlos europeus, que tinham apoio no nariz e aros redondos.
  • O monge e filósofo inglês Roger Bacon foi pioneiro no desenho de lentes por volta de 1268. Tais lentes eram fabricadas de cristal ou vidro, sendo positivas biconvexas. Em 1285, em Florença, na Itália, Salvino Del Armati anunciou-se como o inventor dos óculos. Em uma igreja, após sua morte, foi encontrada a seguinte inscrição em uma pedra: "Aqui jaz Salvino Del Armati de Florença, o inventor dos óculos, morto em 1317".
  • Quase 150 anos depois, em 1465, o fabricante de óculos Guild tomou parte numa exposição de mercadores e artesãos diante do Rei da França. No século XVI, já começaram a ser vendidas lentes negativas para correção de miopia. Em 1551, máscaras eram utilizadas para o tratamento de estrabismo: ao olhar através de uma pequena abertura, o olho defeituoso era forçado a voltar à posição normal. Também por volta dessa época, fabricavam-se vidros coloridos para proteção contra a claridade – data de 1561 a produção das primeiras lentes verdes, na Inglaterra.
  • O século XVII ficou marcado como era de progressos no campo óptico. Em 1608, Galileu popularizou o telescópio. Isaac Newton conduziu suas famosas experiências, descobrindo que a luz branca é composta de raios de luz de diferentes cores. Em 1672, foram fabricadas as primeiras lentes azuis e, no decorrer desse século, já começaram a aparecer às primeiras lojas de ótica na Europa e, no século seguinte, nos Estados Unidos.
  • Em 1716, o matemático alemão, G. Hertel indicou o uso de lentes "menisco". O mesmo fez o professor técnico A.G. Luteman três anos depois. Em 1767, têm-se notícias das primeiras lentes de cor cinza.
  • No século XIX, um grande avanço foi conseguido na fabricação de lentes corretoras dos erros de refração quando, em 1801, o cientista inglês Thomas Young descobriu o astigmatismo. O astrônomo inglês George Airy foi o primeiro indivíduo a receber os benefícios da correção dessa deficiência. Com a ajuda do óptico Fuller, em 1827, Airy corrigiu seu próprio astigmatismo.
  • Em 1804, o inglês Wollaston defendeu o uso de lentes "menisco" com combinação especial de curvaturas, em vez de lentes biconvexas e plano-convexas, patenteando-as. Ele as chamou de "periscópicas", graças à curva côncava mais próxima dos olhos, proporcionando melhor visão e maior campo visual. Em 1832, a Inglaterra também foi a responsável pela fabricação das primeiras lentes marrons.
  • Nos anos 1840 e 1844, registrou pela primeira vez o uso de lentes tóricas, quando o óptico italiano Suscipi utilizou-as para correção do astigmatismo. A lente tinha uma superfície esférica no lado convexo e outra tórica no lado côncavo. Também em 1844, os primeiros prismas foram recomendados.
  • Em 1875, ocorreu um novo avanço da ciência. Nagel criou a escala de medidas refrativas (dioptrias), adotadas internacionalmente. Já em 1866, ele recomendava o sistema métrico, ligado à dioptria, para designação do poder das lentes, em lugar do sistema inglês de polegadas, em uso até então. O termo "dioptria" foi proposto pelo francês Monoyer, que é agora adotado universalmente e baseado na distância focal de um metro.